segunda-feira, 1 de março de 2010

Crônicas carnavalescas-III: O folião encontra o carnaval

Ano após ano, prosseguia o meu calvário de folião à procura de um carnaval de marchinhas em Curitiba. Quando soube que tal bar tocou Aurora , já era cinzas de quarta-feira. Mas desta nada deteve minha fantasia: eu soube antes!

Vestido de eu mesmo, fui ao Blues Velvet Bar, um templo da Trajano Reis que louva B. B. King e Chet Baker, mas que, durante três noites, pôs Braguinha, João Roberto Kelly e Mário Lago no altar. De início, percebi que a porção entusiasmada era minotária. Muitos trausentes do salão não sabiam o que fazer diante daquele dialeto recheado de "ô-ô-ô".

O placar aparantemente adverso não desanimou a BateBoca, jovem banda de velhas marchas e nem seus aliados foliões. Munidos de pierrôs, colombinas, arlequins, piratas-da-perna-de-pau, Auroras e cabeleiras do Zezé, viramos o jogo de goleada. De desanimado, só restou aquele ali no canto, a exceção que faz a regra.

Feliz, entre confetes e serpentinas, suei a camisa e cantei a marcha do folião que encontrou o carnaval. Ala-la-ô!

Nenhum comentário: