quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Máxima mínima

Encontrei uma mulher de valor, mas o valor era alto: duzentão mais o táxi.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Goteira no Funeral (teatro)

de Ayrton Baptista Jr.

Personagens: Vicentina (mãe) e Maria Virgínia (filha), ambas vestidas de preto.

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Vicentina: Minha filha, não saia da porta! Não deixe aparecer o verdureiro.

Maria Virgínia: Por que, mamãe?

Vicentina: Que ninguém insinue que Maria Vicentina Píerângelo mantém relações muito apessoadas com indivíduos deste escalão.

Maria Virgínia: Estou vigilante, mamãe! Vai que o verdureiro aparece para saber quando vamos pagar a feira...

Vicentina: Ah! Que saudades do enterro de seu avô! Veio até ministro. Mas não há mais velórios como naquela época. Quando seu avô morreu Isadora Caldas Cerqueira apareceu com um longo preto exclusivo do Guilherme Guimarães. Morrer era uma alegria!!!

Maria Virgínia: Os vizinhos já estão se mexendo para vir aqui. Um silêncio! Faz uma hora que não se ouve o carro do sonho nessa rua.

Vicentina: Que vizinhos? Não pedi pra virem. Não telefonei, nem mandei anunciar na rádio.

Maria Virgínia: Na rádio, papai só seria anunciado se tivesse sido baleado num viaduto. E desde que não interrompesse o ataque do Coxa.

Vicentina: Aí, ele seria homenageado numa grande passeata pela paz!

Maria Virgínia: Eu não seria tão exclamativa! Essas passeatas não celebram indivíduos com boca em estado precário, mamãe. É só para quem sorri em comercial de pasta de dente. Por falar em margarina... Não tem lanche pros convidados?

Vicentina: Não me faça chorar... Ah... Os quitutes que a Iguaçu preparava quando esta cidade parava para ver um funeral dos Pierângelo. Era feriado nacional!

Maria Virgínia: Mamãe, esse tempo já foi. Ah... O funeral ficou em três prestações. Pedi um abatimento, lembrei que a família era cliente especial. O moço disse “volte sempre”, mas não teve fita amarela. Só choro e vela.

Vicentina: Três prestações? O homem tomba uma vez só e eu ainda tenho que pagar três prestações? Desse jeito é preferível continuar vivo. É preciso penhorar o bolso antes de ser enterrado?


Maria Virgínia: E ainda tem a dívida do carro.

Vicentina: Do carro da funerária?

Maria Virgínia: Não, as parcelas do Corsa. Papai ficou devendo cinco e não pôde concorrer a viagem para a Copa. Pão de novo-pobre quando cai no assoalho está sempre com requeijão virado para baixo.

Dona Vicentina: As dívidas que morram com o endividado! E você não desgrude da porta. Não deixe o jardineiro aparecer.

Maria Virgínia: Mas não era o verdureiro?

Dona Vicentina: Também. Mas o jardineiro pode vir com flores como se tivesse alguém pedindo enterro aqui.

Maria Virgínia: E não tem?

Dona Vicentina: Mas, claro que não. Seu pai será cremado!

Maria Virgínia: Cremado? Mas ele pediu isso?

Dona Vicentina: E quem é seu pai para pedir isso ou aquilo? Não paga dívida e ainda quer solicitar? Não sou guichê de reclamações. Vai ser cremado e terá suas cinzas jogadas no Rio Sena.

Maria Virgínia: No Rio Sena? Mamãe, essas mortes que saem até no Bessa são muito, muito... Caras! Acho que papai já ficará sorridente se ouvir o nome dele no José Domingos.

Dona Vicentina: Mas você sempre para estragar a fantasia. Parece goteira no Curitibano. Sei lá! Distribuem jogo de cama, de mesa, de banho nessas revistas... Não sorteiam jogo de funeral, não?

Maria Virgínia: Não podemos lançar as cinzas na praia? Uma amiga minha jogou o pai dela em Matinhos. É que ele saía no Caiobanda e foi dentro de garrafão de Campo Largo.

Vicentina: Garrafão? De onde saiu este vocábulo, Maria Virgínia? Aluna do Divina não se apropria deste sotaque de operário. Aonde você conheceu esta primogênita de degustador de tão inapropriado líquido?

Maria Virgínia: Na Realeza!

Vicentina: Aiii! Não acredito! Sonhei em te matricular no melhor adestrador de escargot do Ile De France e agora meus tímpanos são alvo de tal desonra que lembra minha infância fúnebre. Vou deserdá-la!

Maria Virgínia: Deserdar? Eu lá quero aquela máquina de costura... Eu, hein? Reumatismo aqui nem no intervalo comercial! E que infância fúnebre foi essa?

Vicentina: Era forçada todo ano a ouvir aquele cortejo de lamentos. Uma desgraça só (canta) “Se você fosse sincera...”

Maria Virgínia: (canta) “Ô, ô, Aurora!”. Mas isso é uma marchinha, alegre. (canta) “Veja só que bom que era”.

Vicentina: Que bom que era se Aurora não fosse mentirosa. E ainda havia mais tragédia. (canta) “Foi a camélia que caiu do galho deu dois suspiros e depois morreu”.

Maria Virgínia: Mas o povo se divertia!!!

Vicentina: Se divertia? (canta) “Por causa de uma colombina acabou chorando, acabou chorando...”. É alegre isso? Mas, felizmente tudo se acabou numa quarta-feira de cinzas, quando conheci seu pai.

Maria Virgínia: Se não fosse papai você estaria como cobradora até hoje, com a bunda na cadeira a catar moedas trocadas na roleta. “Moça, esse ônibus pára na Tiradentes?”.

Vicentina: Que cobradora, minha filha??? Gerente do departamento financeiro do Comendador Roseira-Raquel Prado. Cobradora é nestes pestilentos que te levam para o, com perdão da má palavra, Tatuquara.

Maria Virgínia: E qual é a diferença?

Vicentina: Não seja desaforada! No Roseira era preciso ter classe. Um dia barrei a mulher de um camelô que ousou adentrar o veículo com uma sandália em frangalhos.

Maria Virgínia: O quê??? Você fez isso?

Vicentina: Claro. Era preciso ter charme para desfilar naquele encerado. Um dia até elegemos a mais elegante!

Maria Virgínia: E quem ganhou?

Vicentina: Uma administradora de funções domésticas muito bem apessoada do Cajuru. Não repetia roupa a mocinha.

Maria Virgínia: Administradora de funções domésticas, vulgo empregada.

Vicentina: Não me provoque, Maria Virgínia!!!

Maria Virgínia: E qual foi o prêmio? Um vestido de gala pro Grande Prêmio Paraná? Convite pra matinê no Ópera?

Vicentina: Isso mesmo. Cine Ópera! Para ver Anouk Aimée e Jean-Louis Trintignant. “Um Homem, Uma Mulher”. Foi uma manhã de luxo, a da entrega do prêmio. Eu cantava (canta) “É melhor ser alegre que ser triste. Alegria é a melhor coisa que existe. É assim como a luz no coração”.

Maria Virgínia: Essa (canta) “luz no coração...” lembra que a daqui de casa já venceu. E com esse velório vamos precisar de ajuda dos vizinhos.

Vicentina: Nunca! Pode avisar a funerária que não vai ter mais cemitério, vamos enterrar aqui mesmo.

Maria Virgínia: E os vizinhos, mamãe? O que não vão pensar?


Vicentina: Ah... Agora é você quem pergunta, né? Vai ser aqui no quintal com um concerto.


Maria Virgínia: Recital? E quem virá musicar o aroma que exala deste cadáver enquanto ele apodrece?

Vicentina: Teu pai demorou um ano para morrer. Não custa esperar mais uns dias. A Diana, a leidi dai, ficou três dias quieta, no caixão, ouvindo o Elton John.

Maria Virgínia: Coitada!!! E não reclamou?

Dona Vicentina: Vou telefonar para o Ivon Curi.

Maria Virgínia: O Ivon Curi morreu, mamãe!

Vicentina: Morreu? Mas que sujeito ingrato!!! Pra cantar na casa da Lili Marinho ele estava vivo...

Maria Virgínia: Artistas são movidos a cachê. Que tal chamar um calouro? Tenho uma amiga da pós que tem uma prima que já cantou na... Deixa. No seu enterro vou convidar o Cauby Peixoto.“Vivia no morro a sonhar com coisas que o morro não tem”.

Vicentina: Meu enterro? Você quer que eu morra, Maria Virgínia???

Maria Virgínia: Mamãe, um funeral de classe, como você merece, tem que ser planejado com muita antecedência. Contratar buffet, artistas, vestido exclusivo. Mas saiba que para ter luzes não se pode morrer num dia qualquer.

Vicentina: Tem dia ideal?


Maria Virgínia: Quarta-feira. Dá tempo de ser capa nas revistas de domingo. E se for até o meio da tarde, ocupa um bloco inteiro do Jornal Nacional, com direito à lágrima da Fátima Bernardes. Mas se morrer na sexta-feira...

Vicentina: Sexta-feira não sai com foto na capa?

Maria Virgínia: Apenas duas linhas na seção Morreram, ao lado de outros 78 coitados filhos de Maria, na penúltima página do caderno de classificados, procurando vaga entre anúncios de cães perdidos.

Vicentina: Credo! Como é triste morrer numa sexta-feira. Pena que não fizemos esse planejamento para o seu pai.

Maria Virgínia: Mamãe, ainda há uma solução. Li no jornal que vem chuva à noite.

Vicentina: Chuva? E isso muda a morte da bezerra? Digo, a morte de seu pai?

Maria Virgínia: Chuva, dilúvio. Para inundar a cidade. Aí ninguém sai de casa, ninguém vê enterro... Ninguém vai saber se o verdudeiro e o jardineiro estiveram aqui. “Tomara que chova três dias sem parar”

Estrondo de chuva, temporal.
Mãe e filha cantam abraçadas.

Música ao fundo:
“Tomara que chova três dias sem parar
A minha grande mágoa
É lá em casa não ter água
E eu preciso me lavar”.

FIM

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Espelho na primavera

Não foi a insônia a vilã daquela noite. Alguém bateu na porta com insistência. Quem? Foi olhar e viu ninguém e uma intimação: comparecer ao tribunal que a acusava de ser bela.

Intimidada, juntou cartas e fotos amareladas e algumas rugas para se defender. Argumentou que a acusação seria justa em outras primaveras, não agora. Não convenceu.

Num intervalo, correu ao espelho, mas este negou socorro e, para agravar, covardemente juntou-se ao júri, disparando linda, gostosa e outros palavrões. Um, mais exaltado, disse que por ela seria capaz até de viver.

Era uma contra o mundo. Impiedoso, o meritíssimo bateu o martelo e a condenou a se enxergar.

De volta ao seu canto, atordoada, sem entender nada, começou a passear em si mesma. Percorreu uma estrada de sensações e aromas que julgava não mais lhe pertencer. Entre lagoas ensolaradas e abajures à meia-luz, descortinou fantasias, foi ora romântica, ora (muito) levada e sempre ela mesma. Descobriu-se intensa, plena e dona de todos os atributos que ouvia quando menina.

Senhora de si, ousou ir à rua e encontrou uma avenida de espelhos: certificou-se de que era bela, que o tribunal tinha razão e que não havia mais o que fazer a não ser viver e receber flores... sem saber porque.

Não será uma manhã de primavera?

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Ayrton Baptista Junior

Máxima mínima

Ela acha que não sou pra casar. Não me convida para o supermercado.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Crônicas Carnavalesas-II: Preservem a Amazônia longe daqui

No desfile das escolas de samba de Curitiba, sábado, duas escolas cantaram as belezas da Amazônia. Não cativaram nem a platéia e nem os jurados: a Internautas permaneceu no grupo B e a Unidos do Bairro Alto caiu do grupo A. E já que a Amazônia não encantou, fica aqui o meu apelo: "Gente, vamos falar da gente!"

Pô, tem tanta coisa pra contar! Só de Curitiba: bala Zequinha, rua XV, Rádio Clube Paranaense, Belarmino e Gabriela, rede ferroviária, Janguito do Rosário, Ney Souzah, A Chave, histórias da Barreirinha, do Batel, do Boqueirão...

Que o regulamento obrigue a adoção de temas paranaenses. Nada contra os outros, mas este já têm horas e vezes no magnífico espetáculo do Rio de Janeiro. É preciso preservar a Amazônia. E também é preciso preservar Curitiba.

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O desfile não é o defunto que apregoam. Quanto mais querem matá-lo, mais ele vive. Briga boa entre Leões da Mocidade (apostei nela), Embaixadores da Alegria e Realeza.

César Miranda é o carnavalesco da bicampeã Realeza.
César Miranda pode esperar! A sua hora de ditar o ritmo na Sapucaí vai chegar!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

No quarto com Marina

Um ritual me acometia diariamente no final de 1984. Passada a meia-noite, eu acertava a sintonia 93,9 Mhz no aparelho três-em-um e passava a percorrer o quarto escuro à espera de uma música.

A rádio Capital FM não ocupava a ponta de cima da audiência. Longe do assédio das gravadoras, creio que recorria àquela faixa, naquele fim de programação, por gosto da locutora, a Cibele (que eu nunca conheci). Me Chama já era sucesso na voz de Lobão, seu autor, mas o meu travesseiro era ouvi-la no canto de Marina Lima que, durante três minutos, causava algo mágico no escuro do meu quarto.

"Aonde está você/me telefona/me chama”

Não tinha porque esperar o chamado. A menina com quem eu sonhava sequer tinha o meu telefone. Apesar da melancolia de "tá tudo cinza sem você/tá tão vazio”, a canção nunca me despertou uma “lágrima no escuro”. Naquele verão, ouvir Marina era crer na primavera que em alguma manhã, talvez na próxima, me chegaria.

Marina já me apaixonou em várias canções (Me Chama nem é a melhor levada dela). E, como na rotina de qualquer casamento (incluindo os meus com os meus mitos), ela me aborreceu não poucas vezes. Mas não peço divórcio: sei que volto para ela.

Não tenho vontade de retornar àquele quarto (continuo na mesma casa). Me Chama, às vezes, toca no rádio sem aviso prévio. E ainda é uma mágica que surge à minha procura, como um raio de sol pessoal e intransferível, iniciado com “Chove lá fora e aqui...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Crônicas carnavalescas-I: Atravessando o silêncio

Há quase 50 anos, alguém sugeriu que Curitiba oferecesse outras artes aos turistas durante o Carnaval: orquestra sinfônica, exposições, teatro, etc. Desconheço o pai da criança (aproximados 17.385 se apresentam como tal), mas reconheço que tão duradoura ideia merece tombamento pelo Patrimônio Histórico.

Tão senhora de idade quanto a Bossa Nova, esta discussão me torna um ferrenho cultivador das nossas serpentinas. Afinal, a morte do Carnaval (que existe, sim, tenho testemunhas) seria a morte do debate.

Lamento que não haja mais a contenda entre Glauco Souza Lobo, folião e ex-presidente da Fundação Cultural de Curitiba, e Ernani Buchmann, publicitário e integrante do CCCC (Comando de Caça aos Carnavalescos de Curitiba). Na década de 1980, eles se digladiavam na arena do QI na TV, programa mediado pela jornalista Rosane Albino na RIC TV, canal 7.

Eram debates calorosos. Superavam até os sopapos que os dirigentes das escolas de samba trocavam durante a apuração no Instituto de Educação (neste dia, sem educação). Certa vez, Buchmann tachou de pálido o desfile. Indignado, Lobo acusou o adversário de ser um folião enrustido, de ter ameaçado sambar durante a passagem da Mocidade Azul pela Marechal Deodoro. Buchmann rebateu, afirmando que seu tímido bater de pé esquerdo era sinal de impaciência, vontade de ir embora.

O programa acabou, mas o debate sobre o carnaval de Curitiba continua sendo o grande evento do carnaval de Curitiba. Porém, já não se fazem mais carnavais como antigamente: o Glauco Souza Lobo não aparece mais para delatar quem ousa sambar atravessando a passagem do silêncio.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Máxima Mínima

Par perfeito só encontrei na Pague Menos Calçados.

Uma bela viagem sobre cordas

Viver como estrangeiro é se equilibrar sem rede de proteção, comunicam os sete atores de A-Corda, o novo embarque da Cia. Do Abração. A condição de forasteiro, entretanto, é descrita como fascínio, e não incômodo, nesta bela conciliação entre voz e movimento corporal (teatro-dança, para os íntimos) que merece sair do Jardim Social, bairro-sede do grupo curitibano, e viajar mundo afora.

Com fortes batidas de pé no chão, o elenco cria um trem imaginário que traz o hindu, o latino, a escandinava, o sertanejo, o africano. Ao desembarcar, os imigrantes se instalam nas várias cordas que habitam o palco-galpão, caminhando em todas as direções (vertical, horizontal), e percorrem, através da precisa iluminação, cores de todos os climas: a névoa, a palidez amarela, o vermelho de sol intenso.

Costuram os movimentos falas que ressaltam a inquietude e a incerteza destes viajantes que não têm saudades de casa. Aliás, há quem não tenha casa: “Meu lar é o meu sapato”, avisa o paraguaio que, alerta o brasileiro, canta mal o samba de Martinho da Vila. O texto se repete na boca de quase todos, deixando claro uma visão comum entre os inquietantes viajantes ricos e pobres, primeiro e terceiro-mundistas, de ambições regionais e cosmopolitas, que se encontram no Abração.

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Ayrton Baptista Junior, março de 2009

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Armada a lápis (fábula)

A escritora lamentava uma página sobre a hostilidade do mundo quando foi abruptamente interrompida. Ela se assustou, mas logo reconheceu aquela aluna armada com lápis, papel e sonhos e se rendeu.

A menina tirou a borracha do estojo, apagou a crueldade que o jornal publicava e sorriu. A adulta sentiu-se condenada a ser feliz e, sem saber como ou porque, voltou a uma sala da infância. Observou o quadro negro, ouviu o sino tocar entre o silêncio e reencontrou a menina, agora criadora de um mundo harmonioso numa folha de caderno.

A escritora soltou lágrimas, despediu-se lentamente da sala e sorriu como a aluna ao entregar a redação. Nada mais a abateu. Nem o mundo, nem a madre, nem a inspetora.

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Ayrton Baptista Junior, novembro de 2009

Saindo do calabouço

Qual é a cãmera? Qual é a câmera?
Ressuscito este blog, outrora voltado ao rádio e à televisão de Curitiba, para falar de eu, tu, ele, nós, vós e eles.