A escritora lamentava uma página sobre a hostilidade do mundo quando foi abruptamente interrompida. Ela se assustou, mas logo reconheceu aquela aluna armada com lápis, papel e sonhos e se rendeu.
A menina tirou a borracha do estojo, apagou a crueldade que o jornal publicava e sorriu. A adulta sentiu-se condenada a ser feliz e, sem saber como ou porque, voltou a uma sala da infância. Observou o quadro negro, ouviu o sino tocar entre o silêncio e reencontrou a menina, agora criadora de um mundo harmonioso numa folha de caderno.
A escritora soltou lágrimas, despediu-se lentamente da sala e sorriu como a aluna ao entregar a redação. Nada mais a abateu. Nem o mundo, nem a madre, nem a inspetora.
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Ayrton Baptista Junior, novembro de 2009
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