quarta-feira, 21 de abril de 2010

O maior jogo da minha história

Nunca ter visto o Coritiba ganhar um taça em casa contra o Atlético é uma frustração no meu currículo de torcedor. Se não basta este motivo, ofereço mais dois: eu estava lá em 1983, quando Freitas perdeu aquele gol feito; eu estava lá em 1990, quando Berg cometeu aquele gol contra. Sem dúvida, este clássico precisa ser o maior da história.

Chego uma hora antes ao Couto Pereira. Já não há mais lugar entre os poucos (12, acho) do setor de imprensa escrita, o que força eu e outros colegas a vermos o jogo nas cadeiras de torcedor. Já que me empurraram para a torcida… o jeito é torcer!

Temo ao ver Alex Mineiro em campo. Afinal, é mítico de um Atletiba promover renegados, como Henrique Dias, ou ressurreições. Alex não incomoda, mas Paulo Baier… santo travessão!

Eu lá vendo e anotando. Chapéu em Vangeas. Como joga este Marcos Paulo! Anoto e levanto da cadeira pra gritar o gol de Rafinha… pra fora. Tá pra sair o gol, o jogo é nosso, ninguém mais tira. Ou tira? Tira Edson Bastos o doce da boca de Paulo Baier. Santo goleiro!

Intervalo: 0 a 0. Comento com os amigos que, no início, Tartá estava querendo jogo. Reinício. Rafinha toca para Marcos Aurélio, aquele que, na pior hora, pôde fazer as malas, mas preferiu ficar. E fica mais um gol de Marcos Aurélio para a história do Atletiba. Sai do chão!

O torcedor comemora. O jornalista não tira o olho do jogo e vê Tartá “ele quer jogo!”, a sós com o goleiro na área. São Edson Bastos! De novo!

Placar: 1 a 0. Mesmo o empate nos mantém na ponta, mas voltar domingo não dá. Há risco do torcedor estar num estádio e o campeão em outro. Como fica o jornalista?

Ah… esqueci de falar que o Atletiba também eterniza promessas. Aí vai Geraldo, o piá angolano. Ele entorta Manoel e Chico, ainda faltam 16 minutos para o final, entra na área e… o Verdão é campeão! Incontestável!

Eu estava lá quando Carlinhos Paraíba e Keirrison aplicaram 2 a 0 em 2008. Mais: eu estava lá no 5 a 1 de 1995. Aqueles 5 gols valeram muito, mas os 2 deste domingo valeram muito mais. Este Atletiba consegue ir além de “o maior clássico da história”. Nem os títulos na Arena da Baixada, nem o Maracanã de 1985 superam. É este o dia de futebol que vai comigo até o dia do Juízo Final. O maior jogo da minha história!

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18 de abril de 2010: Coritiba 2 x 0 Atlético. Coxa campeão paranaense.

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