Teço a noite em linhas afáveis. Arrisco quase e em pedaços que ampliam formas vôo tudo. As linhas, sim, finas são tênues. Não há o que ou mãos a provê-las de espessura.
Trago traços trilhados e, fraco, crio e falho num dia que não é mais ontem. Vejo vãos aptos ao abismo e movo crenças em um jorrar coberto de folhas baratas e urgentes. Percebo falharem espelhos, mas não rosto, lágrimas e verbos em desistências. Estes soluço a conjugar na pessoa que sou, mas meu desespero reprova em gramática.
Na esquiva ao abrupto, volto à tecelagem e, tranquilo, traço leve. Entre linhas que me são mães, noto um berço que me adota em almofadas. Se algo ocorre na rua central já não é o meu nada. Aplico em vida e as onomatopéias selam horrores que em mim se aposentam.
Nas linhas que me são criadas deixo pontas de passos calmos e guris. Ao sábado de luz tal a sua, penso um soneto que caia música em nós. Falto ao acorde, não cifro ao solista, nem sei partitura, mas ouço como ouço a música. Em frente ao verso, entro em asas, e no êxtase, caio em graça.
Teço à noite e noto luzes em casarios. Há muitos e mais a tecer. Finco as linhas que me são aqui. Se frágeis, não apenas elas. Nelas, vivo o quanto é meu, mas choro porque não há nós. E cravo em mim, na falta de nós, a ausência de ti.
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